sexta-feira, 17 de abril de 2009

A Síndrome IMAX

Você entra na sala de cinema IMAX. Tenta, mas só consegue ver a tela inteira depois de estar bem na frente dela. E ainda tem que girar a cabeça para isso.

Você entra na sala de cinema IMAX. A luz é baixa. O som dos seus passos ecoa na sua cabeça. E, na sua frente, uma tela branca. Não! É mais, é uma parede! Não se consegue vê-la por inteiro. Hesitação. Mais alguns passos. A brancura aumenta, mas não é possível ver tudo. Então, você corre! Corre!!! E a enxerga em toda a sua grandeza.



Não sei se o leitor terá essa impressão. Mas as telas IMAX são realmente grandes, as cadeiras confortáveis e o som impecável. Em sequências de ação, tudo treme - não é força de expressão.

Há duas formas de se ver um filme: ver o filme, e vê-lo em uma sala IMAX. Muito já se falou da crise das salas de exibição. Se os IMAXs não forem a solução, podem, ao menos, ser uma boa tentativa.

Há um perigo para os seus frequentadores: a Síndrome IMAX. Inicia-se com elogios rasgados para a sala. Em seguida, um período de recusa a ir a qualquer lugar com telas menores que as paredes.

Quando aquele filme tão esperado entra em sala comum, os sintomas pioram. Começa a se ter a impressão de que todas as telas são pequenas, que as cadeiras são mais apertadas, que o saco de pipoca é menor. Em seguida, tem-se a impressão de que tudo ao seu redor está diminuindo.

Uma grave crise de abstinência lhe acomete. Sem saída, vai às Casas Bahia mais perto e compra no crediário uma TV de LDC Tela Plana Com Som Subwoofer Integrado que não caberá nem no seu orçamento nem na sua sala.

Não deixe de ir ao IMAX. Mas, tome cuidado...

Trechos do texto de Georgenor de Sousa Franco Neto
Fonte: Cinepop

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